Lóttus atende 48 jovens em cumprimento de Medidas Socioeducativas

Em uma parceria público-privada, o Instituto Lóttus atende, hoje, 48 jovens em cumprimento de Medidas Socioeducativas em meio aberto. Entre eles, 32 cumprem a Prestação de Serviços à Comunidade. No momento, os encaminhamentos são feitos para poucas instituições e a entidade quer aumentar essas parcerias, visto que são realizadas sem custos e com total respaldo, num trabalho de grande valor para a construção de uma sociedade com menos violência e discriminação e mais referências positivas e oportunidades.

Os 16 jovens em Liberdade Assistida que não estão na Prestação de Serviços à Comunidade são atendidos pelo Instituto semanalmente. Já os que estão inseridos na PSC, maioria, dividem o tempo determinado entre as atividades no Lóttus (quinzenalmente) e a jornada de tarefas que cumprem gratuitamente em instituições parceiras, por no máximo oito horas semanais (em dias úteis ou finais de semana) e por até seis meses.

As instituições que atualmente recebem esses jovens para a PSC são o próprio Lóttus e um serviço público. Afora esses dois instrumentos, o Instituto Lóttus conta com uma escola da rede estadual e com uma ILPI (Instituição de Longa Permanência de Idosos).

Os jovens atendidos pelo programa do Estado para reeducação e reintegração social têm entre 12 e 18 anos, excepcionalmente até 21, e são encaminhados via determinação judicial para sua responsabilização diante do ato infracional praticado. No entanto, de acordo com o Instituto Lóttus, para que eles tenham a chance de ressignificar valores em sua vida pessoal e social, é preciso acompanhamento, aprendizado e novas referências, adquirindo responsabilidades, conscientização, autonomia, cidadania e protagonismo, em uma ressocialização gradativa.

“No atendimento habitual ao adolescente infrator, nos deparamos com as dificuldades que envolvem a sua realidade social, como falta de perspectivas e sonhos em relação ao futuro; fragilidade dos vínculos familiares (devido aos aspectos socioeconômicos, sociais e culturais que dificultam a função protetiva que a família deve exercer), a precariedade das políticas públicas, o baixo índice de escolaridade e/ou rendimento escolar, que dificultam o acesso a cursos profissionalizantes e a inserção no mundo do trabalho”, relatou a psicóloga Mayara Perea, que responde pelo serviço no Instituto Lóttus, junto com uma advogada e uma socióloga.

Segundo a equipe, “o adolescente em cumprimento de medida socioeducativa normalmente vivencia a cultura da violência e sente a exclusão social, discriminações e preconceitos diversos. E, em busca de status, de autoestima e de recursos financeiros encontra no crime organizado um aliado que o “acolhe”, acabando por reproduzir a cultura da violência que o vitimiza”.

As profissionais destacam que essa realidade exige contínua intervenção e transformação e o envolvimento social é de grande valor, permitindo que esses jovens, tão suscetíveis a absorver o meio, tenham novas referências para influenciá-los positivamente. “As infrações mais incidentes se referem ao tráfico de entorpecentes. Além de receptação, desacato, danos ao patrimônio e lesão corporal”, observou a psicóloga.

Todas as medidas socioeducativas previstas têm caráter pedagógico e protetivo e as instituições parcerias contam com o apoio continuado do Lóttus, que mantém o programa desde 2017. Entidades assistenciais, hospitais, escolas e outros estabelecimentos similares podem firmar a parceria com o serviço. Basta ligar e se informar: (14) 99792-3720.